Amigos,
Segue um artigo que escrevi para a revista Inn Focco – Abril / 2011 e que gostaria de compartilhar com vocês.
Somos seres humanos. E por isso, temos a potência de sentir. Sentimentos positivos, como a alegria, a tranqüilidade, o amor. Ou sentimentos negativos: ódio, tristeza, raiva. Nós só percebemos os sentimentos quando estes se manifestam em nossos corpos. Por exemplo, quando estamos tranqüilos, nossos músculos relaxam, nossa respiração fica mais lenta e profunda, nosso coração bate mais cadenciado. Não obstante, quando sentimos raiva um furacão passa dentro de nós, a respiração fica mais curta, o organismo dispara substâncias químicas como a adrenalina, cortisol, e por conseqüência o coração dispara, nos preparamos para a fuga ou luta. Imaginemos que uma pessoa, no dia a dia, passe por muitos momentos de raiva. Então, podemos prever que o corpo vai reagir negativamente várias vezes. Podendo predispor o organismo a algumas doenças e certamente à perda da qualidade de vida.
Mas existe um jeito de controlar a raiva? Muitas teorias vão tentar nos ajudar a controlar este sentimento. Gostaria de frisar duas delas: A filosofia de Sêneca e a Terapia Cognitivo-Comportamental.
Sêneca nasceu em Córdoba, na Espanha, no ano I da Era Cristã. Sêneca era o filósofo mais popular de sua época, e escreveu mais de vinte livros com conselhos práticos para as mais variadas áreas da vida. Viveu em Roma, foi tutor de Nero, aquele mesmo que colocou fogo em Roma, e que mais tarde condenaria Sêneca ao suicídio.
Em uma das obras importantes do filósofo, ele trata sobre a raiva, e como lidar com ela. Na visão de Sêneca as pessoas criam muitas expectativas positivas e irreais sobre a vida e tal interpretação sobre o mundo oferece frustrações que nos deixam com muita raiva. Por exemplo, quando estamos no trânsito e acontece algo que nos deixa com raiva, certamente passam pensamentos por nossa mente: “Que absurdo”! “Isso não pode estar acontecendo”! “Não acredito”! Deste modo, acreditamos piamente que as pessoas não poderiam errar no trânsito. A batida, a fechada, a “barbeiragem” são inaceitáveis. Pois bem, um conselho do filósofo romano é começar entender que coisas ruins podem acontecer, e o ideal seria adequar as expectativas ao modo mais realista possível. Por exemplo, quando saio de casa dirigindo algum veículo, posso acreditar, que mesmo não desejando, algo ruim pode acontecer no trânsito. É possível! Errar é humano! Ninguém está livre de falhar! Interpretando desta forma, quando acontece algo (que já era previsto) não tenho o sentimento avassalador da raiva. Talvez eu pense: “Eu disse que era possível”! E provavelmente irei lidar melhor com os eventos que geram frustrações, passando para a assertividade: uma postura educada, sincera e com vistas às mudanças.
As bases teóricas da Terapia Cognitivo-Comportamental vão nos indicar que todo sentimento é precedido por pensamentos e por conseqüência influencia algum comportamento. Quando em alguma situação sentimos raiva, provavelmente pensamentos negativos povoam nossa mente, e a partir daí podemos fazer coisas (comportamentos) que podem nos prejudicar. Tentar questionar se o que pensamos quando estamos com raiva é algo racional, verdadeiro, justo, pode nos dar alternativas de pensamentos que diminuem a intensidade da raiva. Além disso, se o que faço quando estou com raiva gera prejuízos, posso questionar se existe outra forma de reação, mais adequada para a situação. Muitas vezes nos arrependemos do que fazemos quando estamos com raiva. Adiar a decisão para um momento mais tranqüilo pode ser a opção mais inteligente.
E para fechar esta reflexão, gostaria de citar o cientista Albert Einstein: “A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.”
Abraços,
Weslley Nazareth
Psicólogo (CRP/04: 22768)
novo consultório: R: Alexandre Marquez, 463 - Martins
(34) 3237-2525 / 8805-0307
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