Amigos,
Segue um artigo que escrevi para a revista Inn Focco – Maio / 2011 e que gostaria de compartilhar com vocês.
Ah o amor... Hum a paixão! Parecem sentimentos maravilhosos, e são mesmo. No entanto, em alguns casos estes sentimentos podem levar vários amantes e apaixonados do céu ao inferno em pouco tempo.
Primeiramente seria importante nos atermos a uma das inúmeras explicações e teorias acerca do amor e da paixão, que estão descritas desde a antiguidade. A ciência nos explica que estes dois sentimentos têm papéis diferentes e são igualmente importantes para a evolução da nossa espécie. Quanto à paixão, a ciência nomeia o termo “atração”. É uma tempestade química em nosso cérebro. Uma das experiências humanas mais imprevisíveis, ilógica, caótica e menos sujeita a regras de nossa natureza. Caminhamos pela vida, e de repente uma pessoa estranha (ou não) captura todo o nosso interesse e toma conta de todo o nosso sentimento. Normalmente nos apaixonamos em um estalar de dedos. Na maioria das vezes é uma característica qualquer do outro, que estimula nossos sentidos: o tom da voz, o cheiro (feromônios), o toque, o gosto (beijo), o olhar, o sorriso... Quiça, não seja uma mescla dessas características. A paixão tem um forte apelo do desejo sexual, e normalmente impulsiona os pares para a experiência marcante das interações sexuais. A atração foi e é uma peça chave para a manutenção e sobrevivência de nossa espécie.
Quanto ao amor, a ciência nomeia de “apego”. Seria como uma evolução da paixão. Uma forma mais compromissada, serena, pacata e madura da atração. Quando existe o apego, muitas reações neuroquímicas importantes se dão em nosso cérebro. Essas modificações cerebrais podem perdurar por muito mais tempo do que a atração. O apego teve e tem um papel fundamental na manutenção dos relacionamentos. O que na evolução garantiu a manutenção das figuras parentais (pai e mãe) para proteção e sobrevivência da prole (filhos).
Quando a atração ou o apego se dão com pares, que não necessariamente estão numa mesma sintonia, formas de patologias podem se instalar. Os transtornos de ansiedade e os episódios depressivos são muito comuns. Geralmente pessoas que não estão sendo correspondidas em seus sentimentos, experimentam uma série de sintomas, que podem ocasionar prejuízos nas mais variadas áreas da vida (profissional, intelectual, social...) levando ao adoecimento do indivíduo.
Certa feita, em um trabalho realizado no Hospital Psiquiátrico por alunos de psicologia, fora proposto que os internos escrevessem frases que explicassem o que é a loucura. Uma mulher, que estava internada devido a um surto psicótico, escreveu a seguinte frase: “A loucura é o vazio da solidão de quem ama”. Até hoje, não encontrei definição mais bela e coerente para a loucura.
Ainda temos o amor patológico, que se caracteriza pelo comportamento de prestar cuidados e atenção ao parceiro (a), de maneira repetitiva e desprovida de controle, em um relacionamento amoroso. Tudo em excesso faz mal, até mesmo o amor. Uma forma de amor, onde o outro se anula, não é autêntico, perde a capacidade de cuidar da própria vida, torna-se doentio e traz inúmeros prejuízos para o sujeito e o “objeto” de seu sentimento.
Em minha experiência clínica, muitas pessoas procuram o atendimento psicoterápico, com queixas sobre relacionamentos afetivo-sexuais, os quais se tornaram fontes de problemas. A terapia pode ajudar o paciente lidar com os sintomas (ansiedade, depressivos, etc), re-significar as relações, melhorar o desempenho perdido em outras áreas importante da vida. E sobretudo, potencializar esta máquina exclusiva de amar e se apaixonar, que foi aprimorada ao longo de milênios, para cumprir ao que fomos destinados: AMAR E SER AMADO!
Abraços,
Weslley Nazareth
Psicólogo (CRP/04: 22768)
novo consultório: R: Alexandre Marquez, 463 - Martins
(34) 3237-2525 / 8805-0307
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